domingo, 16 de setembro de 2012

Eutanasia


EUTANÁSIA

História


O termo eutanásia, criado por FRANCIS BACON no século XVIII, provém de duas palavras gregas – eu (bom) e thanatos (morte) significando literalmente morte boa. Segundo este autor é função do médico dar a saúde e aliviar os sofrimentos e dores não só quando este alívio pode levar à cura  mas também para dar uma morte calma e fácil.
Esta ideia já existia na Antiguidade. Já Platão dizia: Quanto aos cidadãos que não são sãos de corpo ou de espírito, deixa-los-ás morrer no interesse colectivo da cidade.
ARISTÓTELES, PITÁGORAS e EPICURO manifestaram pontos de vista diferentes.
Nalgumas cidades da Antiga Grécia, o suicídio era permitido e os magistrados guardavam veneno pada o dar a quem desejasse morrer. Talvez como uma manifestação contra a estes hábitos HIPÓCRATES no seu Juramento consignou que não darás nenhuma droga letal.
Para os romanos, o suicídio era aceitável após uma doença terminal dolorosa – uma morte boa honra toda uma vida (EPICTETO).
Com o advento do cristianismo a  vida foi considerada um dom de Deus e o suicídio passou a ser considerado como uma infracção ao Quinto Mandamento (não matarás). Após o Renascimento a eutanásia voltou a ser defendida bastando lembrar Lutero, Thomas Moore, Locke, Hume.
Em 1931, MILLIARD apresentou à Câmara dos Lordes um projecto  de  lei sobre eutanásia voluntária que foi rejeitado em l936.
Simultaneamente foram criadas em muitos países associações a favor da eutanásia. Como consequência desta permissividade em relação à eutanásia, surgiu na Alemanha nazi a eutanásia eugénica, ou seja a eliminação das vidas sem valor, isto é, das pessoas física ou mentalmente discapacitadas, prática que se continuou no holocausto. Embora estas práticas sejam pura e simplesmente assassinatos hediondos, nasceram da eutanásia e tiveram como consequência não ter sido inscrito na Carta das Nações Unidas o direito à eutanásia.



Algumas considerações sobre a eutanásia


1.      Para  as religiões judeo-cristãs o homem não pode  em nenhuma razão dispor da sua vida porque esta  é um dom de Deus e portanto inviolável. O homem deve  aceitar a sua morte, preparar-se para ela, procurando viver uma morte digna, mas nunca acabar com a vida.

2.      Dar ao médico o direito de dar a morte a alguém mesmo aparentemente por uma razão humana e compreensível, representa para muitos médicos a atribuição de uma função desmesurada. O médico não criou a vida mas tem por missão mantê-la. A morte tem uma dimensão metafísica que ultrapassa largamente a sua missão. Não se pode considerar a morte como uma doença agravada, uma doença que correu mal, mas temos que  a considerar uma realidade totalmente diferente.

3.      Temos ainda que considerar:
ü  Pode ter havido um erro de prognóstico, considerando erradamente a morte muito próxima.
ü  Os doentes no seu desespero mudam frequentemente de opinião.

4.      As Ordens dos Médicos têm tomado sempre  uma posição crítica contra a eutanásia, mesmo a holandesa que criticando a eutanásia, respeita a consciência do médico: Legalmente,  a eutanásia deveria continuar a ser delito, mas se um médico após ter considerado todos os aspectos do caso, encurta a vida de um doente incurável que enfrenta a morte, o tribunal deverá julgar se haveria um conflito de deveres que pudesse justificar a actuação de dito médico.

5.      O provocar a morte não dá dignidade à morte. O que  poderá dar dignidade será proporcionar ao doente a melhor qualidade de vida possível e rodeá-lo de compreensão, amizade e apoio espiritual. Se o doente for crente este deverá considerar que a morte mais que o fim da vida é o inicio de uma nova vida.












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